Acabaram com a “reprovação”, mas não acabaram-se os problemas. Então começaram a procurar as causas e, principalmente, os culpados. Entre elas estão: a pobreza, fracassados métodos de ensino, má formação profissional dos docentes, baixos salários e desvalorização profissional, entre inúmeros outros.
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Dentre tudo isso a culpa sempre é sobrecarregada na escola, a sociedade cobra desta uma resposta a estes problemas. Alguns profissionais que não são da área educacional, fornecem palpites e expressam opiniões. Com isso métodos e mais métodos são sugeridos e o professor, principal agente, recorre a tentativas frustradas em adequá-los a sua prática.
O que não se pode mais permitir é que a sala de aula se transforme em um laboratório de experiências. Os profissionais da área só terão sucesso e resultados positivos com determinado método, seja qual for escolhido, se forem aplicados com a plena consciência de que a cognição e a afetividade andam juntas e tratá-las separadamente acarretará no comprometimento das crianças na aquisição da plena aprendizagem.
Com base em estudos de grandes teóricos como Wallon, Vygotsky e Piaget, afetividade é algo inerente ao ser humano, todo ato positivo ou negativo é carregado de sentimentos que movem o sujeito na direção de seu objetivo.
Para um pleno desenvolvimento na aprendizagem as instituições de ensino precisam unificar a cognição e a afetividade pois elas não se dissociam no processo de ensino-aprendizagem e não podem ser vistas e estudadas como algo separado.
A AFETIVIDADE PARA PIAGET
No meio educacional pode-se, ainda, verificar que muitos educadores acreditam que afetividade e cognição não são interligadas, decorrendo em erros graves para o desenvolvimento intelectual das crianças. Com os estudos de Piaget comprova-se que estes aspectos implicam um ao outro, sendo a afetividade o combustível para a atividade cognitiva.
Em toda conduta humana há afetividade, pois estas dependem de motivação e, por conseguinte esta não existe sem afetividade. “Os mecanismos utilizados nestas condutas constituem os aspectos cognitivos, assim sendo os aspectos afetivos e cognitivos implicam um ao outro” (PIAGET, 1973, p.38). O que fará com que a criança aprenda, ou seja, desenvolva mecanismos necessários à aprendizagem é a sua motivação para isso.
“Nunca há ação puramente intelectual [...], assim como também não há atos puramente afetivos [...]. Nas condutas relacionadas a objetos como as pessoas, os dois elementos interveem, porque se implicam um ao outro” (PIAGET, 1975, p. 38). Então, ao priorizar o ensino intelectualizado e formal, onde o professor mantém vínculo afetivo a parte, há a dificuldade no aprender por parte de alguns alunos. Pois, como Piaget mesmo afirma, alguns indivíduos priorizam mais pelas pessoas, pelo afetivo e isto pode dificultar a sua aprendizagem quando esta relação é esclusa da prática docente.
A criança inicia sua vida escolar quando se encontra no período pré-operacional (2 – 7 anos), nesta fase ela começa a esboçar suas primeiras afeições (simpatias e antipatias). Há também a normalização de interesses e valores. “A afetividade direciona os interesses, controlando a quantidade de energia empregada em cada ato, em razão dos sentimentos que esse ato desperta no indivíduo” (MARTINELLI, 2002, apud, SANTOS et. al. 2002, p. 95).
A aprendizagem é facilitada quando o indivíduo desenvolve mecanismos objetivando a obtenção de algo que seja de seu interesse, e este desponta conforme surge à necessidade é “por isto que [...] os escolares alcançam um rendimento infinitamente melhor quando se apela para seus interesses e quando os conhecimentos propostos correspondem às suas necessidades” (PIAGET, 1975, p. 39).
Os sentimentos de simpatia e antipatia desenvolvem-se quando há comunicação da criança com o ambiente. O primeiro surgirá quando a valorizam e os seus interesses são atingidos. Como surge este sentimento de valorização a criança torna-se apta para as trocas e isto facilita o seu processo de aprendizagem, pois é nestas trocas que o sujeito assimila os processos necessários a compreensão do objeto em foco.
Se o desenvolvimento afetivo se dá paralelamente ao desenvolvimento cognitivo, as características mentais de cada uma das fases do desenvolvimento serão determinantes para a construção da afetividade. Isto deve ser levado em conta quando o currículo da escola é construído. Na fase Operacional Concreta (7 aos 11 anos) os afetos são mais estáveis e consistentes do que na fase anterior. A criança tem maior autonomia e é capaz de coordenar o pensamento afetivo de um evento para outro.
Enfim, o afeto é a palavra chave, sendo ele responsável pela ativação da atividade intelectual e não há como dissociá-lo no processo de ensino-aprendizagem, então a comunidade escolar deve priorizar por criar um vínculo estável e equilibrado para o pleno desenvolvimento da vida escolar de cada criança.
Referências Bibliográficas:
MARTINELLI, S. M.; SISTO, F. F. Afetividade e dificuldades de aprendizagem: uma abordagem psicopedagógica. 1. ed. São Paulo: Vetor, 2006.
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1973.
PIAGET, Jean. A construção do real na criança. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
O que não se pode mais permitir é que a sala de aula se transforme em um laboratório de experiências. Os profissionais da área só terão sucesso e resultados positivos com determinado método, seja qual for escolhido, se forem aplicados com a plena consciência de que a cognição e a afetividade andam juntas e tratá-las separadamente acarretará no comprometimento das crianças na aquisição da plena aprendizagem.
Com base em estudos de grandes teóricos como Wallon, Vygotsky e Piaget, afetividade é algo inerente ao ser humano, todo ato positivo ou negativo é carregado de sentimentos que movem o sujeito na direção de seu objetivo.
Para um pleno desenvolvimento na aprendizagem as instituições de ensino precisam unificar a cognição e a afetividade pois elas não se dissociam no processo de ensino-aprendizagem e não podem ser vistas e estudadas como algo separado.
A AFETIVIDADE PARA PIAGET
No meio educacional pode-se, ainda, verificar que muitos educadores acreditam que afetividade e cognição não são interligadas, decorrendo em erros graves para o desenvolvimento intelectual das crianças. Com os estudos de Piaget comprova-se que estes aspectos implicam um ao outro, sendo a afetividade o combustível para a atividade cognitiva.
Em toda conduta humana há afetividade, pois estas dependem de motivação e, por conseguinte esta não existe sem afetividade. “Os mecanismos utilizados nestas condutas constituem os aspectos cognitivos, assim sendo os aspectos afetivos e cognitivos implicam um ao outro” (PIAGET, 1973, p.38). O que fará com que a criança aprenda, ou seja, desenvolva mecanismos necessários à aprendizagem é a sua motivação para isso.
“Nunca há ação puramente intelectual [...], assim como também não há atos puramente afetivos [...]. Nas condutas relacionadas a objetos como as pessoas, os dois elementos interveem, porque se implicam um ao outro” (PIAGET, 1975, p. 38). Então, ao priorizar o ensino intelectualizado e formal, onde o professor mantém vínculo afetivo a parte, há a dificuldade no aprender por parte de alguns alunos. Pois, como Piaget mesmo afirma, alguns indivíduos priorizam mais pelas pessoas, pelo afetivo e isto pode dificultar a sua aprendizagem quando esta relação é esclusa da prática docente.
A criança inicia sua vida escolar quando se encontra no período pré-operacional (2 – 7 anos), nesta fase ela começa a esboçar suas primeiras afeições (simpatias e antipatias). Há também a normalização de interesses e valores. “A afetividade direciona os interesses, controlando a quantidade de energia empregada em cada ato, em razão dos sentimentos que esse ato desperta no indivíduo” (MARTINELLI, 2002, apud, SANTOS et. al. 2002, p. 95).
A aprendizagem é facilitada quando o indivíduo desenvolve mecanismos objetivando a obtenção de algo que seja de seu interesse, e este desponta conforme surge à necessidade é “por isto que [...] os escolares alcançam um rendimento infinitamente melhor quando se apela para seus interesses e quando os conhecimentos propostos correspondem às suas necessidades” (PIAGET, 1975, p. 39).
Os sentimentos de simpatia e antipatia desenvolvem-se quando há comunicação da criança com o ambiente. O primeiro surgirá quando a valorizam e os seus interesses são atingidos. Como surge este sentimento de valorização a criança torna-se apta para as trocas e isto facilita o seu processo de aprendizagem, pois é nestas trocas que o sujeito assimila os processos necessários a compreensão do objeto em foco.
Se o desenvolvimento afetivo se dá paralelamente ao desenvolvimento cognitivo, as características mentais de cada uma das fases do desenvolvimento serão determinantes para a construção da afetividade. Isto deve ser levado em conta quando o currículo da escola é construído. Na fase Operacional Concreta (7 aos 11 anos) os afetos são mais estáveis e consistentes do que na fase anterior. A criança tem maior autonomia e é capaz de coordenar o pensamento afetivo de um evento para outro.
Enfim, o afeto é a palavra chave, sendo ele responsável pela ativação da atividade intelectual e não há como dissociá-lo no processo de ensino-aprendizagem, então a comunidade escolar deve priorizar por criar um vínculo estável e equilibrado para o pleno desenvolvimento da vida escolar de cada criança.
Referências Bibliográficas:
MARTINELLI, S. M.; SISTO, F. F. Afetividade e dificuldades de aprendizagem: uma abordagem psicopedagógica. 1. ed. São Paulo: Vetor, 2006.
PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1973.
PIAGET, Jean. A construção do real na criança. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
3 COMENTE AQUI!!!:
Caso os excelentíssimo mestres lembrassem dessa palavra antes de entrar em sala de aula, acarretaria na sensível redução de crianças com dificuldades de aprendizagem. Antes que alguma alma indignada alegue que a escola não pode fazer isso sozinha, pois as famílias não são presentes, retruco: "pode sim!". Basta estender este afeto às famílias, cabe a Direção da Escola em conjunto com a Equipe Pedagógica fazer isso acontecer: trazer a família para a escola, sensibilizá-la para a formação intelectual de seu filho, etc. Há tempos que a escola precisa desempenhar este papel, é arduo, mas tornou-se indispensável em uma sociedade que se atém a valores puramente midiáticos.
Parabéns pelo post! É sempre bom ler textos de autoria do autor do blog e não o simples "copiar" e "colar" de outras fontes.
Excelente post!!! Achei na busca do Google, estava precisando para fazer um trabalho da faculdade, me ajudou muito!!
Obrigada!
Paola Vicentini de Araújo
Oi tia linda, tudo na paz? Sei que estou em dívida com as visitas, mas, graças a Deus, temos muito trabalho e o tempo fica resumido a quase nada. Sempre venho visitar como Ensinando e Aprendendo com a Tia Rose, mas hoje venho te visitar com o meu site de artes. Gostaria muito que você viesse me visitar, dissesse o que acha dos meus trabalhos e se tornasse uma seguidora. Espero você pra um cafézinho com torradas. Bjs docinhos.
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