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18 de maio de 2009

2ª BLOGAGEM COLETIVA EM DEFESA DA INFÂNCIA


QUANDO A INOCÊNCIA É PERDIDA CEDO DEMAIS

Muito se tem discutido nas escolas sobre a importância da educação sexual. Cada vez mais, os pais têm se conscientizado a respeito da necessidade de dar a seus filhos informações corretas e completas sobre sexualidade, as escolas se movimentam para oferecer essa formação aos alunos e poucas pessoas atualmente são capazes de negar o valor dela na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, gravidez precoce e, em última instância, na preparação de crianças e adolescentes para uma vida sexual mais saudável e feliz. Apesar desse consenso, um assunto vem sendo negligenciado nessas discussões: o abuso sexual.

A violência sexual ainda é considerada um tema tabu. As escolas evitam falar sobre ela, e os pais dificilmente acreditam que isso pode acontecer com seus filhos. No entanto, um número crescente de denúncias de abuso sexual tem ocorrido nos últimos tempos, com certeza também impulsionadas pelas denúncias que a TV tem apresentado sobre casos famosos, o que mostra que, no mínimo, o assunto tem ficado cada vez mais evidente e já não é possível fingir que nada está acontecendo. Sabe-se que casos de abuso sexual ocorrem em todas as classes sociais, mas, por preconceito ou medo de escândalo, apenas uma pequena parte deles chega ao conhecimento da polícia ou é tratada judicialmente. A maioria das famílias, quando descobre que está ocorrendo abuso sexual, prefere “abafar” o caso e tentar resolvê-lo internamente.

Considera-se abuso sexual quando um adulto usa uma criança ou um adolescente para obter prazer sexual. Ele pode não envolver necessariamente o contato físico; o fato de um adulto obrigar uma criança a posar para fotos de caráter pornográfico, por exemplo, não implica contato físico entre ambos, mas certamente se constitui em um episódio de abuso sexual. Os casos mais graves envolvem atividade sexual propriamente dita, como o estupro. O abuso sexual mais comum é o que ocorre dentro da família, ou seja, é praticado contra a criança ou o adolescente por alguém que mantém um vínculo com a vítima. Casos de abuso extrafamiliar — cometido por pessoas que não pertencem ao círculo familiar da vítima — também costumam envolver pessoas conhecidas da criança (vizinhos, empregados ou amigos da família, por exemplo), pois a aproximação é mais fácil. O abuso também pode ocorrer quando um adolescente submete uma criança menor, por meio de coerção, a práticas sexuais indesejadas. O que une todos esses diferentes casos é a forma como o abusador procura submeter sua vítima: em geral, a aproximação começa como uma manifestação de carinho, e a criança ou adolescente é induzido a participar da “brincadeira” baseada no vínculo com o abusador; com o tempo, porém, as práticas abusivas aumentam em intensidade, e a vítima sofre ameaças (como “se você contar, ninguém vai acreditar”, ou “se você contar, eu posso machucar você ou sua mãe”). Outra forma de coerção comumente utilizada pelos abusadores é fazer com que a vítima se sinta culpada. Quando a criança se recusa a participar do ato ou ameaça contar para alguém, o abusador a convence de que ela permitiu que o abuso acontecesse e, portanto, também é responsável.

Infelizmente, somente os casos mais graves de abuso acabam sendo reconhecidos sem que a vítima se manifeste abertamente. Eles envolvem estupro, e as marcas físicas são visíveis: problemas nos órgãos genitais da criança, doenças sexualmente transmissíveis, doenças psicossomáticas, entre outros sintomas. No entanto, as marcas psicológicas são mais profundas. Muitas crianças apresentam comportamento sexual inadequado para a idade (excesso de erotização), passam a ter uma falta de confiança generalizada nos adultos, tentam fugir de casa e têm problemas sérios de auto-estima, chegando a tentar o suicídio. O abuso pode ter conseqüências devastadoras na vida sexual futura da vítima, e o acompanhamento psicológico dela é fundamental.

Tudo isso deve nos fazer pensar na importância de adotar medidas preventivas. A formação sexual de crianças e adolescentes também deve permitir que eles saibam reconhecer tentativas de abuso por parte dos adultos e se proteger disso. A criança deve ser preparada para dizer “não” diante de qualquer atitude de um adulto que ela julgue desconfortável e deve ter confiança suficiente nos adultos mais próximos para que possa se sentir à vontade para relatar episódios abusivos. Mais uma vez, é preciso lembrar que ignorar o problema não faz com que ele desapareça; ao contrário, torna as soluções ainda mais difíceis. É por isso que os pais e a escola devem se unir em busca da melhor forma de prevenir o abuso de seus filhos e alunos, mesmo que esse assunto seja difícil e mexa muito com os sentimentos de todos.

Autora: Andreia Schmidt
Graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Paraná, especialista em Psicologia Clínica pela Universidade Federal do Paraná, mestre em Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos e doutoranda em Psicologia pela Universidade de São Paulo.
Foi professora em cursos de Psicologia na Universidade do Vale do Itajaí, Universidade do Contestado e Universidade Federal do Paraná. Atualmente trabalha com crianças e adolescentes com necessidades educativas especiais e é professora do curso de Psicologia do Centro Universitário Positivo (Unicenp) - Curitiba/PR.

4 COMENTE AQUI!!!:

A ARTE DE ENSINAR E APRENDER disse...

Oi, recebi da amiga |Bete e estou dividindo com voce uma selinho especial....va ate meu blog e pegue-o....selecionei blogs significativos e comprometidos com a educaçao, por isso vc esta recebendo. Bjs

A ARTE DE ENSINAR E APRENDER disse...

Ola amiga tem um selinho pra voce no meu blog, pegue lá. Bjs

Anônimo disse...

Olá,
Estamos te visitando para agradecer sua participação na Blogagem Coletiva "Em Defesa da Infância 2009"
Mas não se esqueça do Dia 25 de Maio - Dia Internacional da Criança Desaparecida - Segunda parte da blogagem - Alerta Amber Brasil! :)
Obrigada!
Editoras do Blog Diga Não À Erotização Infantil
http://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/
PS: Excelente texto!!!

Mari Amorim disse...

Olá,
nossa adorei sua postagem
estou participando desta blogagem seu comentário é muito importante,e sua visita um prazer.
um abraço
Mari

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