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10 de março de 2009

INCLUSÃO DE SURDOS

Toda pessoa apresenta necessidades específicas durante o curso de sua existência e, no contexto educacional, isso não é diferente. Cada aluno tem uma dificuldade particular, especialmente os que apresentam diferenças físicas e/ou sensoriais. Para estes, é preciso que haja uma adaptação em termos acadêmicos, considerando que apresentam as chamadas necessidades educativas especiais. No caso de estudantes cegos, por exemplo, é preciso suprir a falta desse sentido, por meio de textos em braile, bengala e outros instrumentos de amparo à visão e à mobilidade. Quanto àqueles com déficits intelectuais, as carências estão no campo da aprendizagem e da socialização. Para eles, o processo de ensino deve seguir em um ritmo diferenciado e a interação social deve ser cuidadosamente observada para evitar conflitos desnecessários. Quando se trata de alunos surdos, que indigências devem ser supridas pelo professor que os recebem em sua classe regular?

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Tudo o que é diferente tende a causar um afastamento no início, porque o fato de não saber como lidar com a situação causa uma imensa sensação de desconforto. Se o educador não estabelecer rapidamente um contato visual com o surdo, uma grande barreira de comunicação se levantará entre esses sujeitos. Isso acontece em razão de terem uma cultura visual.
O respeito a ela é o responsável pelo desempenho da relação que se estabelece entre professor e aluno e de todo o processo educativo, ou seja, a proximidade pessoal será o elemento desencadeador de um relacionamento saudável e, consequentemente, de uma aprendizagem significativa.
Então, a dica é seguir essa cultura visual. Olhe para o surdo enquanto fala, articule os lábios vagarosamente e sem exageros para possibilitar a leitura labial, caso o educando tenha essa habilidade. Procure usar a linguagem corporal, por meio de gesticulações e dramatizações, para que o aluno possa compreender o conteúdo que está sendo oralmente ensinado.
Procure ter contato com o alfabeto manual por meio das inúmeras fontes na Internet que disponibilizam este e outros materiais. Utilize-o de forma criativa. Quando todos aprendem a se comunicar com o colega incluso, eles o tornam ativo no contexto, e não mais um mero expectador das ocorrências naquele meio. Na verdade, será um ganho coletivo, visto que, quanto mais cedo se aprende a conviver com a diversidade humana, mais consciente e ético será o cidadão do futuro.
Partindo do pressuposto de que o único canal de aprendizagem do surdo é a visão, as atividades propostas devem ser também muito estimuladoras desse sentido. Procure trazer material gráfico e recursos midiáticos para a classe, pois, assim, despertará a atenção não só daquele com necessidades educativas devido à surdez, mas de todos os que assistem à aula.
O bom de tudo isso é que essa presença inusitada no ambiente escolar traz consigo a oportunidade de aprender uma nova língua: a Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma língua espaciovisual que segue os mesmos princípios gramaticais que as demais línguas orais-auditivas. É composta por regras e tem uma organização linguística própria. Essa é a língua natural da pessoa surda. Diz-se língua natural considerando que ela a compreende e a assimila muito facilmente, enquanto estabelece uma relação árdua com a língua portuguesa que, para ela, é como uma língua estrangeira. Quando o surdo ingressa no ensino regular, é imperativo o uso de Libras, uma vez que será por meio dela que o docente poderá transmitir os conteúdos programáticos de maneira eficaz.
Outra alternativa para viabilizar uma inclusão de qualidade, nesse caso, é a presença do intérprete de língua de sinais em sala de aula. Esse profissional é fluente na língua de sinais e faz a tradução do que é falado, assumindo o papel de mediador entre os agentes do cenário educacional. Essa opção é recomendada para estabelecimentos que atendem a uma clientela na faixa etária a partir da adolescência, porquanto, nas primeiras séries do Ensino Fundamental, as crianças não são capazes de entender o papel do intérprete e estabelecerão um vínculo maior com ele do que com o professor. Além disso, há também o instrutor de Libras, um profissional surdo responsável por trabalhar com a equipe pedagógica, contribuindo com a elaboração do planejamento, que deve contemplar a especificidade desse alunado, e fazendo intervenções sugestivas quanto ao encaminhamento metodológico em sala de aula.
Essas são algumas das possibilidades, mas cabe ao educador conduzir o processo de ensino-aprendizagem para que, ao longo do processo de construção do conhecimento, possa tomar decisões que favoreçam a inclusão na realidade multicultural.





Autora: Lídia da Silva para http://blog.aprendebrasil.com.br/surdez


Imagem retirada de www.iserj.net




Shalom!

2 COMENTE AQUI!!!:

Prô Rirela disse...

Que gostoso ler seu blog!
Ano passado tive um aluno surdo na classe e incluí as Libras nas aulas. Até o final do ano todos sabiam o alfabeto, cumprimentos simples e 4 músicas com os sinais. Foi uma experiencia tão legal que agora as Libras já fazem parte de meus planos de aula.
Beijos!

Anônimo disse...

Obrigado por Blog intiresny

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